[ resistência - cabal e involuntária ]
meu coração mudou de casa. eu queimo nesse novo lugar. fibras inflamáveis, sabe como é... precisava de um espaço gladionso para montar o tear dos sentimentos, tramar. me sinto dentro. de início evito abrir janelas, paixões efêmeras sopram forte no átrio da rotina. sujam tudo. e logo empoeiram o lugar. as paredes são novas. o chão firme. tudo intacto. casto contato. apenas disfarço o susto do bombardeio que carrego. nunca nego. minha traiçoeira calma. carma. se acalma. gemelar alma. o novo peito já é morada. vício. ofício. então fabrico. fabrico tapetes, tapetes fabrico. tapetes de fibras simpáticas. fabrico mantas. de tecido estriado fabrico. tudo no tom vermelho-cardíaco. sentidos estocados. dias de produção. e (n)o impulso as fibras entram em disposição. mas, meu já amor mora. se namora e se trabalha, ali. mora assim, mora sim. e é o mesmo, nervoso, autônomo. entregue. a esmo.

5 comentários:

Tiago Moralles disse...

Senti uma incrível distância entre as palavras.

Iasnara disse...

acontece quando falta sentido. mas o blog é como papel, aceita tudo.

Jr Punketone disse...

A criação...

Tão fulminante quanto desgastante!?...

Há criação de montão: criacionismo; cria; mal-criação; má-criação; tentação de criar com a criação natural; criação natural com a tentação de criar... ou só criação. Só. Cria. São.

Ah, criação...

De onde veio eu sei para onde vai. Pra onde vai eu não sei d`onde veio. Mas é somente mais um meio. De criar.

Afinal, coração: o papel, aceita; tudo.

Iasnara disse...

e meu eu cria(n)ção aceita, tu(do).

Unknown disse...

e o pedaço de papel é livre, é seu.

Espero sua visita, se tens coração...