"Traçamos um círculo imaginário ao nosso redor para afastar aquilo que não faça parte do nosso jogo secreto. Cada vez que a vida rompe esse círculo os jogos se tornam insignificantes e ridículos. Então construímos um novo círculo e novas defesas".
- Estou com muito medo papai.
- Entendo.
- A realidade se revelou e eu desmoronei. É como um sonho. Qualquer coisa pode acontecer. Qualquer coisa.
- Eu sei.
- Não posso viver neste novo mundo.
- Pode, sim. Mas precisa ter algo em que se apoiar.
- Mas o que seria? Um deus? Me dê uma prova da existência dele. Não pode?
- Posso. Mas precisa ouvir com atenção.
- Sim, eu preciso ouvir.
- Só posso dar a você uma idéia da minha própria esperança. É saber que o amor existe de verdade no mundo humano.
- Um tipo de amor especial, suponho?
- Todos os tipos. O maior e o menor. O mais absurdo e o mais sublime. Todo tipo de amor.
- E o desejo por amor?
- O desejo e a negação. Confiança e desconfiança.
- Então o amor é a prova?
- Não sei se o amor é a prova da existência de Deus ou se é o próprio Deus.
- Para você, amor e Deus são a mesma coisa?
- Esse pensamento ameniza o meu vazio e meu desespero sórdido. De repente, o vazio se transforma em abundância e o desespero em vida. É como uma suspensão temporária de uma sentença de morte.
Ingmar Bergman, explorador das profundezas do coração humano e de todos os sentidos.
- Estou com muito medo papai.
- Entendo.
- A realidade se revelou e eu desmoronei. É como um sonho. Qualquer coisa pode acontecer. Qualquer coisa.
- Eu sei.
- Não posso viver neste novo mundo.
- Pode, sim. Mas precisa ter algo em que se apoiar.
- Mas o que seria? Um deus? Me dê uma prova da existência dele. Não pode?
- Posso. Mas precisa ouvir com atenção.
- Sim, eu preciso ouvir.
- Só posso dar a você uma idéia da minha própria esperança. É saber que o amor existe de verdade no mundo humano.
- Um tipo de amor especial, suponho?
- Todos os tipos. O maior e o menor. O mais absurdo e o mais sublime. Todo tipo de amor.
- E o desejo por amor?
- O desejo e a negação. Confiança e desconfiança.
- Então o amor é a prova?
- Não sei se o amor é a prova da existência de Deus ou se é o próprio Deus.
- Para você, amor e Deus são a mesma coisa?
- Esse pensamento ameniza o meu vazio e meu desespero sórdido. De repente, o vazio se transforma em abundância e o desespero em vida. É como uma suspensão temporária de uma sentença de morte.
[papai falou comigo]
Ingmar Bergman, explorador das profundezas do coração humano e de todos os sentidos.
Através de um espelho - Suécia; 1961
2 comentários:
baixa as defesas...
nada é por acaso...
e o amor existe...
bj, linda!
ai meu pai! isso é o que dá fazer besteira. e depois colocar culpa nas rodinhas.*
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