habituou-se a seguir encenando a promessa que fizera a ele. eram companheiros, por vezes lhe pesava fingir. passavam os dias juntos, ela acompanhava-o sorrindo a tudo, do trabalho às refeições, concordava meio submissa com suas afirmações mais radicais e até com suas receitas sem sal para uma vida saudável. era sua forma de fazê-lo feliz. por isso, pra conseguir continuar vivendo bem, dependia de escapadas noturnas. e cedia sem culpa àqueles assaltos de fraqueza - que lhe eram sagrados. carecia daquele gosto proibido. salivava pelo momento de se comprometer rasgando com os dentes e à vontade, o prazer. de sentir salgar a língua ou chupar até o tutano. se fartava de qualquer jeito, engolia às pressas e limpava os dedos na boca mesmo. sua necessidade feminina falava alto, com isso justificava o satisfação de fazer o ferro entrar em si. nem escolhia cara, qualquer porção barata equilibrava a decisão insana de se assumir vegetariana para o superego.

5 comentários:

Alien David Sousa disse...

Ninguém suporta amarras. Mais tarde ou mais cedo arranja sempre uma forma de as soltar.

Beijinhos meu Guaraná fresquinho

p.s Limites, só os de velocidade ;)

Iasnara disse...

quando ela se solta, corre pra churrascaria.

bjoka, lindona.

Porsani disse...

que amor é esse que coloca a gente numa cela?

quanta habilidade com as letrinhas.
adorei o brog :)

Tiago Moralles disse...

Insaciável como sempre.
Adorei.
Beijomeliga.

Iasnara disse...

Porsani, a casa aqui tbm é sua.


Tiago, "insaciável como sempre?"
você tá sabendo demais! hahaha
Beijoteligo.