Honor of Distinction - Peter Fauland - France

Quando me questiono, descortino tantas possibilidades. Todas inconseqüências cometidas. Oportunidades perdidas. Algumas dúvidas vencidas e até mesmo alguns acertos. Ao ler minhas respostas nos escombros do passado. Me farto desse questionar vazio e por vezes inoportuno. Que apenas soma medo no contemplar de um horizonte desconhecido e sulca com receio o novo caminho. Nesse espelho interno do meu tosco raciocínio, se ignoro o que sinto, desconheço minha fala. Na insegurança me silencio. Num eco tolo me repito ou num susto burro me limito. Diferencio o meu agir. Se me mudo, muda fico. E minha natureza não quer meu antinatural, quer ser ela naturalmente. Irracional desde o princípio. Quer reagir emocionalmente ao que sente. Sem medo. Sem filosofias, só sentido. Quando não me pergunto: só sinto. Sinto o mundo. Sinto muito, sinto tanto ou nada sinto. Se não me interrogo, só me falo, só me canto. E se me canto, encanto a carne e meu espírito. Escorro em notas no pentagrama. Fluo escrita em folha branca. Em oitavas justas me rearranjo. Semitom a semitom descortino a armadura, assim ajusto minha escala cromática na nova harmonia. Com meu Mi Maior abro a janela da alma e deixo o sol bemol do mundo entrar, iluminando com melodia, ritmo e poesia as eivas desafinadas vividas. E vivo em vão ou não cada momento, mas, sou feliz no vão do pensamento.

3 comentários:

Fabio disse...

Apreciei mais a foto lendo o seu texto do que lendo ela próprio. Eu enxergo melhor a coisa quando avisto palavras. Bela paisagem!

impulsos disse...

E não foi em vão, que aqui entrei hoje...
Este belíssimo texto, encheu-me a alma do teu sentir e desenhou-me um leve e sereno sorriso no rosto.

Valeu a pena ter vindo aqui hoje!

Beijo

Iasnara disse...

Fabio;
Eu imagino em imagens quando penso, penso em figuras. Talvez isso seja errado, mas as letras dizem o que não consigo desenhar.


Impulsos;
Esse meu sentir é espaçoso mesmo.
Desejo-te outros sorrisos, e mais visitas. Bjos.