filosofias de fim de filme

O Passado - Hector Babenco, 2007.

Não que um fizesse de tudo para esquecer, simplesmente esquecia. O outro cultuava com afinco as recordações e vivia delas. Enquanto um correu o mundo, o outro parou o tempo. O mais difícil, além de reconhecer que os homens estão sempre indo, é saber que as mulheres (algumas na verdade) ficam, que esperam, que se mantém numa expectativa. O macho procura outras paisagens. Abstrae-se. Isola-se, mesmo que nem sempre consiga viver totalmente sozinho. A fêmea tem a iminente necessidade de ter atenção do outro, de ter "o alguém" e principalmente mostrar ao mundo que alguém ou algo lhe pertence. Dizer que “as pessoas não se separam, que na verdade se abandonam”, é fala típica do drama feminino. Muitas vivem do que já viveram, alimentam-se de nostalgia, não aceitam que algo não mais faça parte de sua história. Enquanto o esquecido ou não lembrado, que dita a liberdade, é do homem - sua essência é desprendida.
p.s.: ainda bem, que exceções existem, assim como as inversões de papel.

Um comentário:

Alien David Sousa disse...

Sim há excepções!

"é saber que as mulheres (algumas na verdade) ficam, que esperam"

Há mulheres que não ficam, que não esperam, que procuram, que vão em busca de algo que até pode não ser necessariamente um homem, mas um rumo para a sua vida.

beijinhos linda