Ontem de manhã, quando acordei, olhei a vida e me espantei. Eu tenho mais de vinte e tantos anos. Eu tenho mais de mil perguntas sem respostas. Estou ligada num futuro blues. Os meus pais nas minhas costas ou nas sombras. As raízes na marquise ao vento - sabem a mim. Eu tenho mais de vinte muros. O sangue jorra pelos furos, naturais ou não. Pelas veias de um jornal o pânico nosso de cada dia. Essa calma que inventei, bem sei, custou as contas que contei e o ôm que vibra descompassado, ôh! descompensado espírito. Eu quero as cores e os colírios - meus delírios pelo menos. Eu não te quero, eu te quero mal. Preciso aprender a mentir. Concluí que ainda acredito nessa pôrra de amor.
2 comentários:
Bonito! :)
P. S. Por vezes mais me apetece ler que ser inteligente, ou tentar mostrá-lo... O texto é brilhante, e não só por ser bem escrito, mas porque é verdadeiro... e é nessa verdade, que até pode coincidir com a nossa verdade, que o escritor lê o mundo e encontra a matéria do seu ofício: Literatura.
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